
Janeiro 21, 2022
Dermatite Atópica
Descubra tudo sobre esta doença inflamatória crónica, neste artigo da autoria do Dr. Ricardo Aranha.
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Artigo escrito por Dr. Ricardo Aranha, Farmacêutico – Farmácia d’Arrábida

O que é a Dermatite Atópica?
A dermatite atópica é uma doença inflamatória crónica da pele de causa ainda desconhecida. Surge habitualmente nos primeiros anos de vida e é mais comum nos países desenvolvidos, nas grandes áreas urbanas, onde as agressões do meio externo são inevitavelmente superiores. É uma doença de suscetibilidade genética, uma vez que acarreta uma componente hereditária: Pais que tenham asma, rinite ou dermatite atópica têm mais probabilidade de terem filhos com alguma destas complicações.Como se manifesta?
A dermatite atópica manifesta-se pela presença de lesões vermelhas na pele geralmente exsudativas (fase aguda), acompanhadas de um prurido intenso e constante. As zonas mais afetadas são as zonas mais expostas a agressores externos, tal como o rosto e ainda braços e tronco. Devido ao prurido intenso, estas lesões passam a ter um aspeto seco e descamativo aumentando o risco de infeção subjacente.Características de uma pele com Dermatite Atópica
Todos nós apresentamos uma camada protetora na pele – filme hidrolipídico, constituída por um conjunto de ácidos gordos essenciais (AGE). Indivíduos com pele atópica apresentam uma deficiência na produção destes ácidos gordos o que torna a pele mais sujeita não só a agressões externas (alergénios, microrganismos, etc), como também a perda de água transepidérmica, desidratando com mais facilidade.
Tratamento da Dermatite Atópica
Depois de ser feita uma avaliação clínica e dependendo do estádio em que a doença se encontra, das características das lesões, podem ser aconselhados e/ou prescritos corticoides tópicos e ainda anti-histamínicos. Medidas não farmacológicas também são igualmente importantes, uma vez que diminuem em grande percentagem crises de eczemas atópicos: – Limpeza deve ser feita com água tépida e produtos hipoalergénicos e sem fragrâncias e os banhos devem ser o mais curtos possível; – Hidratação imediata após o banho com cremes e ou bálsamos emolientes hipoalergénicos e sem fragrância; – Manter as unhas sempre bem cortadas, especialmente em bebés e crianças, uma vez que não têm consciência que o ato de coçar pode levar ao agravamento das lesões e a infeções microbianas (geralmente por Staphilococcus aureus); – Evitar o contacto com substâncias irritantes e alergénios.